Um livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive. (Padre Antônio Vieira)

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

NIETZSCHE, Friedrich. A minha irmã e eu.

NIETZSCHE, Friedrich. A minha irmã e eu. Tradução de Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Moraes, 1992

 

Tudo se pode obter na solidão menos bom-senso. P. 26

Um homem só pode viver embriagado: embriagado com vinho, mulheres, ideias ou paixão messiânica. P. 26

A morte nunca é melhor do que a vida, apesar de Buda e dos santos. Eu, que estou a morrer, sei como não há nada mais trágico do que um homem morto, esteja ele debaixo da terra ou a andar pelo mundo como um cadáver, sem fé na vida nem no futuro... p. 27

Ficou na moda eu ser admirado por negar Deus, mas o meu otimista Zaratustra não passa de Jeová disfarçado. P. 27

E o que se dá com a solteirona, dá-se com o solteirão. É provável que um solteirão tenha melhor aspecto do que ela, mas não é – podeis acreditar-me – menos infeliz. P. 32

O homem é o único fenômeno orgânico que alinha, consciente, na cruzada da má vontade e da aversão. P. 33

Nação pacifista é nação em agonia, se bem morta não estiver. P. 38

Num mundo destroçado, feito em pedaços sangrentos pelos Césares do industrialismo, quem, senão a mulher, poderá dar integridade ao homem? P. 74

[...] até lá viverei para os deveres da cultura e para despertar em mim e nos outros o filósofo, o artista e o santo. P. 78

É esta a derradeira verdade: não há verdade. P. 79

[...] deve-se fomentar a bondade entre os homens, tanto nos ricos como nos pobres, mas só os ricos dispõe de meios para ser bons. P. 97

Se algum talento tenho, é o de fazer as pessoas enojarem-se. Verto uma chuva de urina sobre o mundo e [...] o mundo não tarde em pagar-me com a mesma moeda. P. 98

A morte não é o fim imediato da consciência nem da personalidade, já que as formas, as imagens e os sentimentos das pessoas que morreram constantemente nos visitam. P. 104

[...] a única forma de o artista suportar o peso da estupidez da sociedade é adotar essa dança da obscuridade. P. 104

A morte anula a vida e a vida anula a morte num constante espasmo de ressureições. P. 110

Dá ideia que Deus teria criado tudo o que existe no mundo visível, menos a cor que tornou visível este mundo. O homem, esse criou a boa educação. Mas para que serve ela, se Deus não soube criar o bom homem? P. 129

Se não conseguires ler Platão apenas por prazer, lede-o para aprender a lição gritada nas entrelinhas de cada diálogo: Só há um mundo, o mundo da experiência humana. P. 130

Paixão é ver na esperança um veículo para o futuro. A paixão é a única coisa a proteger-nos contra a extraordinária vaidade dos nossos desejos. P. 130

[...] a classificação talvez seja, portanto, um dos grandes pecados deste mundo. P. 131

A vontade de um homem é ordem de outro. Onde não houver ordem há anarquia. A anarquia precede todos os atos de criação. P. 131

Realmente, a verdade é fugidia. E já deixou de ser rapariguinha para se revelar velha prostituta toda desdentada a frente. P. 133

Antes de mais, a civilização é uma luta entre os diferentes estilos de ver o passado. P. 136

[...] as mulheres são a única propriedade privada com total domínio sobre o proprietário. P. 146

[...] um louco com dinheiro poderá fazer com que pessoas de senso e beleza sejam os seus mais humildes escravos. P. 154

Neste mundo tudo sucede de acordo com o juízo que Deus fez sobre a luta; a força é a medida de todo valor. Dái, porém, tempos as coisas: são justas se triunfarem. P. 154

Há duas classes de bárbaros [...] uma precede em vários séculos a sua ilustração, e a outra sucede-lhe. P. 154

As melhores conversas tenho-as comigo mesmo. Os mais claros dos meus pensamentos são os que eu próprio analiso. Sinto toda a minha reação perante o mundo modificar-se quando um saber novo entra em cena. P. 165

[...] o maior dos prazeres é o desprezo pelo próprio prazer. P. 207

[...] a maior parte dos homens vive de sombras e aparências. P. 212

[...] o niilismo do nosso tempo, que ama para destruir e destrói para amar. P. 213

Na sua alta cama de seda todos os homens são iguais. P. 216

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Obras de ficção ajuda a aguçar a capacidade intelectual

Obras de ficção são o tipo de literatura que mais ajuda a aguçar a capacidade intelectual na hora de discernir pensamentos e emoções de outras pessoas, conclui um estudo americano publicado na quinta-feira (3) na revista "Science".

Diariamente, indivíduos são desafiados a detectar um sorriso falso, avaliar se alguém não se sente confortável ou medir as emoções de familiares e amigos, indicaram os autores. Esse é um processo mental essencial, chamado "teoria da mente", que permite o desenvolvimento de uma complexa rede de relações na sociedade atual.

Para a pesquisa, o professor de psicologia Emanuele Castano, da New School for Social Research de Nova York, e seu aluno de doutorado David Comer Kidd pediram a várias pessoas para ler histórias de ficção literária curtas e de qualidade, de ficção popular de menor qualidade e de não ficção.

Os leitores foram submetidos a uma série de testes para medir como poderiam adivinhar o que uma pessoa sentia, por exemplo, ao olhar a foto de uma expressão facial ou ao responder a perguntas sobre como um indivíduo com determinada personalidade atuaria sob certas circunstâncias. Os dados revelaram que os melhores resultados foram obtidos pelos voluntários que haviam lido fragmentos de ficção literária.

O estudo revelou também que o fator determinante para melhorar a capacidade de sondar a "alma" alheia é a qualidade das obras de ficção, que nos experimentos tiveram diferentes temas, mas produziram o mesmo resultado.

Segundo os autores, isso ocorreu porque essas leituras envolvem mais intelectualmente o leitor, despertando seus pensamentos criativos, diferente do efeito da ficção popular ou de qualidade inferior.

"Assim como na vida real, os mundos descritos na literatura de ficção de qualidade estão cheios de personagens complexos cujas vidas interiores poucas vezes são facilmente discerníveis, o que requer um esforço intelectual", escreveram os pesquisadores.

As descobertas podem ser úteis para ajudar na reabilitação de presos ou na comunicação de pessoas com autismo, destacaram os cientistas.
 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

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