Um livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive. (Padre Antônio Vieira)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Pote Mágico de Cachaça

Tantas coisas perderam-se entre os corações:
Meu pote mágico de cachaça,
Minha meia fedida que rechassa,
Meu caderninho de escrever ilusões.

Tantas coisas perderam-se entre os corações...
Sofridos, tristes, queridos,
Amados, meigos, amigos,
Estórias e mentiras sussurradas sobre os colchões.

Tantas coisas perderam-se entre os corações...
Que de tanto amar deixaram de ser amados,
Flor que desperta o ódio nos corações abandonados.

Apesar de tantas coisas que perderam-se entre os corações,
O que sinto mais falta não é nem do amor nem do pote mágico: é da cachaça!
A minha sorte é que ela é barata....

F. Foresti, em meio aos corações abandonados cheios de cachaça

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Mil Perdões - Chico Buarque

Te perdôo
Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz

Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais
Te perdôo

Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim

Te perdôo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim
Te perdôo

Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti

Te perdôo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)

Te perdôo
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí

Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo
Por te trair

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O absurdo é o divino

[...] somos é esfinges falsas e não sabemos o que somos realmente. O único modo de estarmos de acordo com a vida é estarmos em desacordo com nós próprios. O absurdo éo divino.

Fernando Pessoa, O livro do desassossego, p. 60.

Arquivos Malucos