Estio. Uma brisa ardida
Passa no ar abrasado.
Não estou cansado da vida:
De mim é que estou cansado.
E como na tarde sumida
O sol baço luz sem rir,
Tenho que sorrir à vida
Sem ter vida a que sorrir.
Pessoa, Fernando. Poesia: 1918-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 254
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