Nas poucas leituras que fiz, pude observar qe os homens mais profundamente envolvidos com a vida, os homens que moldavam a vida, os homens que eram a própria vida, comiam pouco, dormiam pouco, possuíam pouco ou quase nada. Não tinham ilusões acrca do dever, da perpetuação e sua família e seus amigos ou da preservação do Estado. Estavam interessados na verdade, e só a verdade. Reconheciam um único tipo de atividade - a criação. Ninguém podia requisitar seus serviços porque já se tinham comprometido, por conta própria, a dar tudo. E a dar gratuitamente, que é a única maneira de dar. Era esse o modo de vida que me atraía; fazia todo sentido. Era a própria vida - e não o simulacro idolatrado pelos que me cercavam.
MILLER, Henry. Sexus. Tradução de Sergio Flaksman. São Paulo: Companhia das Letas, 2004. p. 238-239
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