Um livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive. (Padre Antônio Vieira)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Poema de terra e flor

O grande prazer do jardim é regar.
E flores, regá-las, eu quero sempre.
Fazer assim tão lento para continuar,
Regando-as eternamente.
 
Fiz este soneto em parceria
Com o meu jardim amado
Que conversa com minh'alma
Que me guia.
 
Ele é lindo, solta cheiros e nos apraz.
Plantei na companhia de mulher e filho,
Não há nada no mundo que assim nos compraz.
 
E pensar que este jardim tão belo,
Fez-me amá-los mais.
E criar este poema com terra, flores e carinho.
 
 
Fabricio Foresti
Florianópolis, abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Soneto aos isensíveis

Não deve-se quebrar os objetos:
Eles não tem culpa da insensibilidade
Das pessoas que não tem coração
E fazem do quebrar corações uma banalidade.
 
Mas ninguém vê um coração partido:
Ele só existe dentro do peito de quem possui o coração magoado.
Só ele sabe quanta dor sente, o quanto chora e implora
Para morrer e não sentir-se nunca mais sozinho e abandonado.
 
Não seria então justo
Mostrar para todos os insensíveis
O preço, o visual, o aspecto,
 
De um coração quebrado em pequenas partes invisíveis?
Assim quem sabe então possa acontecer o inesperado:
Que os insensíveis materialistas sintam, e nada mais.
 
 
fabricio foresti
04/04/2011


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Educação e emancipação

Pessoas que se enquadram cegamente no coletivo fazem de si mesmas meros objetos materiais, anulando-se como sujeitos dotados de motivação própria. [...]
 
Inclui-se aí a postura de tratar os outros como massa amorfa. Uma democracia não deve apenas funcionar, mas sobretudo trabalhar o seu conceito, e para isso exige pessoas emancipadas. Só é possível imaginar a verdadeira democracia como uma sociedade de emancipados. [...]
 
A única concretização efetiva da emancipação consiste em que aquelas poucas pessoas interessadas nesta direção orientem toda a sua energia para que a educação seja uma educação para a contestação e para a resistência.
 
ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. Tradução de Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

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