Um livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive. (Padre Antônio Vieira)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Entre amigos

É belo calar-se juntos,
Mais belo rir juntos,
[...]
Se faço bem, calaremos;
Se faço mal - riremos,
E de mais a mais faremos mal,
Mais mal faremos, mais mal riremos,
Tanto que desceremos ao fosso.
Amigo! Sim! Assim deve ser?
Amém! E até logo!

Sem desculpa! Sem recusa!
Concordem, alegres homens livres pelo coração,
Com este livro do absurdo
Ouvido e coração e morada!
Acreditem em mim, meus amigos, não é maldição
Que me deixou assim em meu absurdo!
O que encontro, o que procuro -
Já esteve alguma vez num livro?
Honrem em mim os loucos!
Aprendam deste livro louco
Como a razão evolui - "para o absurdo"!
Meus amigos, assim deve ser?

Amém! E até logo!




NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. p. 355-356. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42).

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