NIETZSCHE, Friedrich W. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Tradução de Mário da Silva. 12. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 381 p.
Foge para a solidão, meu amigo! Vejo-te atordoado pelo alarido dos grandes homens e picado pelo ferrrão dos pequenos. Dignamente sabem calar-se, contigo, a floresta e o rochedo. Volta a parecer-te com a árvore que amas, a de ampla ramagem: silenciosa e à escuta, debruça-se sobre o mar. [...] Nenhum valor têm as coisas, no mundo, sem que, antes, alguém as apresente e represente; grandes homens chama o povo a esses apresentadores. Pouco o povo compreende da grandeza, isto é, da força criadora. Mas tem sentidos despertos para todos os apresentadores e comediantes das grandes causas. Gira o mundo em torno dos inventores de novos valores; - e gira de maneira invisível. Mas em torno dos comediantes giram o povo e a fama: é esse “o caminho do mundo”. [...] Mas a hora os urge; assim, eles te urgem. E também de ti exigem um sim ou um não. Ai de ti, queres pôr a tua cadeira entre o pró e o contra? Não invejes esses homens absolutos e apressadores, ó amante da verdade! Nunca, até aqui, andou a verdade de braço dado com qualquer ser absoluto. p. 78
Foge para a solidão, meu amigo! Vejo-te atordoado pelo alarido dos grandes homens e picado pelo ferrrão dos pequenos. Dignamente sabem calar-se, contigo, a floresta e o rochedo. Volta a parecer-te com a árvore que amas, a de ampla ramagem: silenciosa e à escuta, debruça-se sobre o mar. [...] Nenhum valor têm as coisas, no mundo, sem que, antes, alguém as apresente e represente; grandes homens chama o povo a esses apresentadores. Pouco o povo compreende da grandeza, isto é, da força criadora. Mas tem sentidos despertos para todos os apresentadores e comediantes das grandes causas. Gira o mundo em torno dos inventores de novos valores; - e gira de maneira invisível. Mas em torno dos comediantes giram o povo e a fama: é esse “o caminho do mundo”. [...] Mas a hora os urge; assim, eles te urgem. E também de ti exigem um sim ou um não. Ai de ti, queres pôr a tua cadeira entre o pró e o contra? Não invejes esses homens absolutos e apressadores, ó amante da verdade! Nunca, até aqui, andou a verdade de braço dado com qualquer ser absoluto. p. 78
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