FREIRE, Roberto. Sem tezão não há solução. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987. 193 p.
Não resta mais dúvida alguma para mim que a necessidade de poder absoluto corresponde sempre a uma impossibilidade de se viver os prazeres relativos da existência cotidiana. A perda do prazer expontâneo cria nas pessoas, por mecanismos psicopatológicos de compensação perversa, a necessidade compulsiva de poder. Todo tipo de poder: o físico, o psicológico, o afetivo, o sexual, o econômico, o político. A forma de prazer que ainda sobraria nestas pessoas seria o de natureza sadomasoquista e paranóica: necessidade da dor alheia ou própria para se alcançar o prazer, necessidade essa comandada pelo fato de se sentirem pessoas superiores, especiais, e que por isso devem estar em constante estado de defesa e ataque contra inimigos, usando para isso o máximo requinte e crueldade e extrema violência. Assim, o prazer-dor de dominar, de mandar, de se apropriar e de explorar corresponde à dor-prazer de ser dominado, de ser mandado, de ser apropriado e de ser explorado. p. 35
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