Nada um desprazer me imponha!
Livre estou, gozando a esmo;
Ar fresco e canção risonha
Ando os inventando eu mesmo.
Bebo, bebo, os copos trinco!
Toque os copos, tlim-tilinco!
Lá detrás, tu, vem pra cá!
Toque os copos, feito está.
Minha mulher gritou, brava,
De meu traje ela caçoou;
Enquanto eu me empertigava,
De palhaço me xingou.
Mas eu bebo, bebo e brinco,
Todos brindo, tlim-tilinco!
Eh, saúde, tra-lá-lá!
Ao tinir, já feito está.
Pois dizei, se é vida boa!
Se não fia o impertimente
Do patrão, fia a patroa,
E no fim, fia a servente,
Fia, e bebo que nem cinco,
Bebo a todos! tlim-tilinco!
Cada um a outro! adiante vá!
Ao que vejo, feito está.
Onde há riso e diversão,
Valha a farra do momento,
Deixai-me caído no chão,
Pois em pé já não me aguento.
GOETHE, Johann Wolfgang von. Fausto. Tradução de Janny Klabin Segall. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997. p. 226. (Grandes obras da cultura universal, 3)
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