DE MASI, Domenico. O futuro do trabalho: fadiga e ócio na sociedade pós-industrial. Brasília: UBN, 1999. 354 p.
A DIFICULDADE DO TRABALHO 31-68
TRABALHO E VIDA NAS COMUNIDADES PRÉ-INDUSTRIAIS 69-114
TRABALHO E VIDA NA SOCIEDADE INDUSTRIAL 115-158
razão
… NA PÓS-INDUSTRIAL 159230
progresso em forma de crise
fatores da mudança
formas da mudança
conexão
O QUE FAZER 231-353
trabalhar de modo solitário
em qualquer parte
menos
aprender o ócio
coragem de recomeçar
Quanto mais rico, mais o homem trabalha, descuidando de si e dos outros. O trabalho passou de castigo a privilégio. 13
As novas tecnologias conseguem cada vez mais suplantar o trabalho humano, não só nas atividades físicas dos serventes como também nas intelectuais, dos profissionais liberais. 16
Num mundo em que a riqueza aumenta mas é cada vez menos produzida pelo homem, é preciso redistribuí-la com base no trabalho humano: é preciso encontrar novos critérios capazes de conjugar os méritos com as necessidades. 19
As melhores pesquisas americanas demonstram que a população dos EUA [...] superado o limite da pobreza, não identifica mais a qualidade de vida com o aumento da renda. Em trinta anos a renda dobrou, mas o percentual de cidadãos que se dizem satisfeitos caiu. 21
Contra os pobres do Terceiro Mundo será exercida uma pressão para que se transformem em um exército industrial inerme, de reserva, e num imenso mercado de consumo para toda mercadoria avariada e todo lixo do Primeiro Mundo. Contra as classes abastadas do Primeiro Mundo será exercida uma manipulação, como convém a adversários escolarizados, para transformá-las em executores especializados, motivados e dóceis no trabalho, em consumidores vorazes, cultos e rentáveis no tempo livre, em cidadãos de alguma maneira amedrontados pela insegurança física ou ocupacional. 22
Essa guerra ridícula e perigosíssima, em que cada empresa estimula o instinto felino à violência, que permita a agressividade, que faz de cada gente um punk ambíguo, essa guerra inútil e [...] danosa para todos devasta o sentido de solidariedade, o hábito das boas maneiras, a doçura das relações humanas, a estética dos lugares e o tempo de vida. 32
Nesses aquários periféricos e dirigentes-tubarões e dependentes-trutas nadam durante dez horas por dia, fingindo-se atarefadíssimos, comendo-se uns aos outros e flutuando no enfado das reuniões inúteis. 33
[...] cinco a seis horas por dia bastariam para desempenhar todas as suas tarefas rotineiras. Todo o resto é teatro. [...] quanto menos tempo real é necessário [...] mais ele tende a ficar no escritório além do horário: já tendo aprendido como se finge trabalhar sem estar fazendo nada, ele procura esticar ao infinito essa sua esperta capacidade de fingimento. 36
As causas principais desse paradoxo são três. [...] caráter histórico. A preocupação com os horários consolidou-se nas velhas empresas [...] sempre por comodidade dos administradores de pessoal, os mesmos métodos são aplicados ao trabalho profissional e funcional que, embora produzindo ideias e não parafusos, é ainda assim tratado como se a sua produção fosse diretamente proporcional ao tempo transcorrido entre as quatro paredes do escritório. 36
[...] chefe e funcionário estão ligados por um fio duplo: ambos sabem muito bem que as oito horas seriam mais do que suficientes para concluir seus deveres, mas o escritório já se transformou no único palco em que os dois se sentem à vontade para desempenhar o papel de trabalhadores estressados pelo ritmo frenético e as cargas sobre-humanas [...] pelo "sentido do dever". [...] ficarão até orgulhosos de somar o estresse do ir e vir ao do trabalho normal e extraordinário [...] perderam o gosto pelo tempo livre, fechando-se em uma solidão cada vez mais rancorosa, perderam poder em casa e ganharam no trabalho, onde encontrarão refúgio a tempo integral e serão pagos quase que exclusivamente para fazerem companhia uns aos outros. 37
Tipologia dos trabalhadores com base nos seus possíveis contextos profissionais [...] no nível mais baixo [...] coveiros e que trabalham com funerais [...] com mortos alheios, numa atmosfera de dor inconsolável [...] um pouco melhor [...] enfermeiros e padioleiros com os doentes e deficientes, num contexto de sofrimento como o do hospital, o sanatório ou o hospício [...] no terceiro nível [...] um operário entre os operários da fábrica, um empregado entre os empregados do escritório [...] contexto coletivo de fadiga e de estresse onde cada um serve de espelho a todos os demais [...] ter companhia na dor, nesse caso, multiplica a pena, em vez de diminuí-la [...] no quarto nível [...] os afortunados que trabalham com quem repousa, num contexto termal, de mar ou montanha: hoteleiros, camareiros, esteticistas e dietistas, moderadamente empenhados em velar pela serenidade de quem passa dias de quietude em lugares tranquilos para recuperar as forças físicas e mentais ou matar o tempo [...] no quinto nível [...] os privilegiados que trabalham com quem estuda: professores, pesquisadores, bibliotecários, que acompanham o crescimento dos jovens, colhendo as primícias da juventude, da beleza e da inteligência [...] no sexto nível, o mais cobiçado [...] os afortunadíssimos que trabalham com quem se diverte. 38-39
Uma organização baseada no medo – isto é, quase toda organização orientada para o benefício competitivo e toda aquela governada pela força da ameaça – é um inferno e quem não percebe isso é um alienado [...] um doente que deve ser tratado com delicada solicitude. 43
[...] é pelo menos legítimo pretender que assegurem um limbo de serena dignidade a quem lhes dedica as próprias energias vitais. 43
É preciso [...] liberar as empresas da mordida do medo [...] pela qualidade de vida [...] e [...] da nossa democracia [...] cotidiana. 44
[...] a burocracia sempre procura despojar a criação mas, apesar disso, a criatividade perdura e os criativos prevalecem cada vez mais sobre os burocratas. 46
[...] as organizações mais eficientes são as que têm funcionários menos infelizes e o clima mais participativo. 47
As discrepânbacias de uma organização produzem mal-estar em cada um dos seus membros, que por sua vez o disseminam a todos os ambientes de que participem. Assim, o mal estar transborda do leito em que está sedimentado e acaba por contagiar toda a sociedade [...] as empresas, com a potência planetária que está conquistando e com o autoritarismo que continuam a cultivar, podem se transformar num modelo perverso, numa ameaça à democracia. 48
Houve época em que tínhamos atividade apenas com os músculos, hoje somos ativos sobretudo com o cérebro. 49
A balança comercial britânica já arrecada mais com a exportação do rock do que de produtos metalúrgicos [...] o próprio conceito de trabalho está mudando. 52
Quase todos os trabalhos agradáveis são monopolizados pelas elites, os outros são delegados às máquinas ou aos animais ou são impostos aos escravos, aos forçados, aos estrangeiros, aos indigentes e, por último, às classes médias compostas de empregados, de funcionários e profissionais que se iludem e pertencer às classes dominantes mas que, de fato, representam uma nova forma de casta dominada. 55
Para lubrificar-lhes a resignação, são mobilizadas ideologias, religiões, sociologia e psicologia. 56
Uma vez transformado em ideologia, o trabalho passa a ser um valor em si, um dever voltado para deus, a pátria, a família e para si mesmo. 56
O ócio [....] possa vir a ser tão importante [...] quanto o trabalho. 58
Nem os escravos tinham um horário regular [...] semana [...] ano [...] na Idade Média havia muito mais tempo livre do que hoje. No séc. 17 não se trabalhava, em geral, mais de três a quatro horas por dia (10). 59
Foi a indústria que transformou milhões de trabalhadores autônomos e camponeses subempregados em dependentes submetidos a uma disciplina paramilitar, sob o comando de um chefe hostil e um ritmo estressante [...] transformou radicalmente o conceito de trabalho. 59
O trabalho no sentido industrial [...] abrange [...] uma minoria [...] todos os outros vivem, movimentam-se, estudam, desenvolvem atividades e vários tipos, mas não estão no mercado de trabalho. 60
Os efeitos negativos do cultural gap são de vários gêneros: dificuldade em historiar os eventos do passado; tendência a interpretar o presente com as categorias acumuladas em fases anteriores, acabando por perder o seu sentido; medo do futuro; posicionamento crítico, pessimista, fatalista e reacionário sobre o progresso no trabalho e na vida. 64
Sociedade pós-industrial – centrada na produção de bens não materiais (informações, símbolos, estética, valores) [...] o poder passou dos proprietários dos meios de produção aos [...] dos meios de criação. 64
Tribos [...] cada vez mais separadas por ideias, gostos, comportamentos, linguagens, gramáticas e ortografias incomensuravelmente distantes entre si – é determinado pelo posicionamento que cada um de nós assume nos confrontos com a informática e a virtualidade, a biologia, os decibéis, o desemprego, a estética, o sexo, a família, a noite. 65
Idade da terra [...] uma semana [...] homem moderno teria aparecido nos últimos dez segundos e a agricultura nos últimos dois. 70-71
A ideia de que se pudesse recorrer às máquinas para substituir o trabalho humano não lhes passou nem de leve pela cabeça. 77
Primeira libertação (da escravidão) [...] da fadiga [...] do trabalho [...] sob a forma patológica do desemprego e [...] fisiológica da redução dos horários. 84
Hoje, o principal obstáculo à libertação humana da escravidão do trabalho não vem tanto dos atrasos da tecnologia como dos atrasos da cultura [...] defasagem cultural. 90
Luz salvadora sobre a condição humana de trabalho. 92 (idade média)
Novas concepções de tempo e espaço. 93
Junto com o conceito de espaço, muda profundamente o conceito de tempo. 95
O monge, ao lado da preparação bíblica, teológica e musical, cultiva um mister, roça, destorroa a terra, ara, semeia, ceifa, cava, beneficia, cria o gado, transcreve incunábulos, medita, transforma continuamente os mosteiros em centros difusores de civilização. 99
O humanismo é justamente a condição do novo homem que se prepara para o Renascimento por meio da apropriação do tempo e da ciência, antes pertencentes apenas a Deus. O marcado e a universidade são as novas instituições em que se realiza este salto épico. [...] ambos pressupõe um novo conceito de tempo e de espaço. 100
O tempo – com a sucessão - e o espaço – com a sua profundidade - adquirem um novo valor. 101
Por milhares de anos os homens têm identificado o lugar de vida com o de trabalho [...] Se um dia a vida no bairro foi tão intensa, se era tão cuidado o mobiliário urbano, o motivo está no próprio fato de que os cidadãos viviam e trabalhavam no mesmo bairro, como extensão da própria casa e formando uma unidade com ela. 110
Iluminismo [...] é uma atitude mental livre de preconceitos e dogmas, crítica e racionalidade autodirigida [...] pedagogia com a qual se ensina aos homens a emancipação intelectual e a autonomia prática. 117
A violência e a astúcia criaram os primeiros patrões; as leis, os mais recentes. (Voltaire) 119
A história humana é um processo de progressiva barbarização, de crescente abuso dos fortes contra os fracos, legitimada por jurisconsultos e outros mercenários. (Rousseau) 119
Os indivíduos, em vez de exercerem seus direitos, delegam-nos aos governantes, que os usurpam. 120
O trabalho é a única medida universal e exata do valor. Adam 122
Os lugares e os momentos da vida e do trabalho se desestruturam, acentua-se a combinação e hibridização de lógicas e culturas diferentes. 124
Taylor [...] todo o trabalho físico e grande parte do trabalho intelectual [...] podem ser automatizados e organizados até desaparecer como "problema", como fator de enfraquecimento econômico, de sofrimento individual e de conflito social. 130
Essa claustromania organizacional exerce, ainda hoje, uma mortífera influência para reduzir a desestruturação espaço-tempo das empresas, a adoção do teletrabalho, o novo planejamento do espaço urbano. 147
Para um homem ativo, a mobilidade significa valor. É cada vez mais raro alguém nascer e morrer no mesmo lugar. Ao longo da vida, um americano muda de casa em média vinte vezes; um europeu, dez.
149 ?
A ciência e a tecnologia assumiram o comando dos processos de produção, antes guiados pelo bom senso e pela experiência. 153-154
Hoje já se consideram obsoletos dados do mês passado. 154
A vida é àquilo que acontece enquanto pensamos em outra coisa. Wilde 157
Talvez nunca tenha se falado tanto de crise como ao se difundirem as novas tecnologias capazes de livrar o homem da fadiga física, de potencializar as suas capacidades de memória, cálculo e até inteligência, de socorrer sua saúde física, ampliar os seus conhecimentos, descerrar novos horizontes para a biogenética, a agricultura, a medicina, os transportes, e de permitir – aqui e agora - transformar muito tempo de trabalho dependente em tempo auto-administrado a ser dedicado ao crescimento intelectual de cada um e da coletividade. 166
Quando um [...] grupo tem a sensação de estar em declínio acaba por acelerar seu curso, pois perde a capacidade de projetar e produzir o próprio futuro. 168
É forte o perigo de que alguns países, alguns grupos e alguns indivíduos consigam chegar a modelos de vida e suportes tecnológicos bem mais adiantados do que outros; que se aprofundem as diferenças entre elites hegemônicas e massas subalternas; que os ricos cedam à tentação de desencadear uma guerra contra os pobres para decretar uma forma nova de escravidão complacente. 168-169
Prefiro usar ainda o termo "pós-industrial": um nome que não ousa dizer o que seremos, mas se limita a recordar o que já não somos. 170
[...] a externalização [...] foi agilizada [...] pelo progresso tecnológico que permitiu transmitir à distância e em tempo real documentos, matrizes, películas, imagens etc. 173
Lei de Morre, a potência dos computadores tende a dobrar a cada 18 meses 177
A presença de um computador em cada escritório e em cada casa já agilizou um posicionamento radicalmente novo para duas categorias ancestrais da nossa vida racional: tempo e espaço. 180
O acesso a informação está se tornando o mais drástico fator de discriminação entre países [...] a sociedade da informação valoriza três elementos que não escasseiam: areia, vidro e ar. O vidro é empregado nas fibras óticas, que possuem uma surpreendente capacidade de conduzir informações. O silício ainda é básico na fabricação dos transístores e o ar é o vetor de grande parte das informações transmitidas por rádio, televisão, telefone celular e satélite. 180
A progressiva exploração do planeta e do universo para conhece-lo [...] constitui uma primeira forma de globalização [...] as troca de mercadorias em um raio cada vez mais extenso, até abranger o mundo inteiro conhecido, constitui uma segunda forma de globalização [...] colonizar [...] terceira forma [...] mercados [...] quarta forma [...] expandir o raio de ação e de influência dos seus capitais e das suas moedas [...] quinta forma. 186-187
Como descoberta/troca/colonização
Deslocar [...] estruturas produtivas a regiões cada vez mais distantes [...] sexta forma [...] invadir todo o mundo conhecido com as suas ideias constitui uma sétima forma [...] tentativas de substituir as crenças, as linguagens e os modelos de vida locais por uma cultura universal, única e devoradora. 188-189 (pensamento gerencial americano)
(como regulamento) – criar organismos internacionais para regular [...] as políticas de cada país, o seu comércio, os seus conflitos, as pesquisas, a defesa do ambiente, da arte, da infância, a polícia, [...]as estruturas econômicas, sindicais, religiosas, escolares, militares, humanitárias e esportivas constitui uma oitava forma. 189
A perigosa fluidez da competição global constitui uma nona forma. 189
Na realidade, o universalismo e o ecumenismo que antes aplicavam-se aos impérios políticos, a umas poucas religiões e à língua latina, hoje abrangem todos os aspectos da vida: das criminalidade às senhas do American Express, das roupas aos perfumes, das batatas fritas ao desenho, dos remédios aos combustíveis, das razões aos sentimentos. 191
O consumo torna-se revelador e receptor dessa nova e vistosa forma de globalização que, por um lado, transforma o globo num grande aeroporto, unificado nos cheiros, barulhos e cores, nos ritos dos seus negócios duty free, e por outro, alimenta uma profunda subjetividade que recusa a massificação, o consumismo e as modas para privilegiar formas de vida cada vez mais discretas e elegantes. 191
Globalização psicológica. 192
A essa dialética da globalização corresponde a esquizofrenia que sempre acompanha as revoluções épicas: de uma parte, a embriaguez da ubiquidade; de outra, o impulso de procurar segurança no apego ao lugar e às raízes. 193
Estamos frente a uma revolução do método científico e da relação com a natureza. 196
Na sociedade industrial, os trabalhadores que queriam se livrar da exploração lutavam por aumentos salariais; hoje, os trabalhadores que querem ser donos do seu futuro devem apropriar-se do saber e intervir nas seções decisórias, lá onde, por exemplo, se escolhe se e como produzir mais bactérias para fins bélicos ou mais proteínas com fins alimentícios. 197
[...] na sociedade pós-industrial a força depende da posse dos meios de idealização e de informação (universidades, laboratórios, patentes, mass media). 199
Desenha-se [...] uma nova divisão internacional do trabalho, pela qual algumas áreas mantêm o monopólio da pesquisa científica e do poder político, outras produzem e outras limitam-se ao simples consumo. 200
Outros três valores emergentes são a virtualidade, pela qual as relações com as pessoas e com os objetos se dissociam cada vez mais da presença física; a globalização, pela qual se observa uma crescente familiaridade com o mundo inteiro, assumido como nossa vizinhança; e a desestruturação do trabalho e do lazer, pela qual muitos dos atuais limites de espaço e tempo resultam como pretextos e respondem apenas a velhos rituais sem sentido, até contraproducentes, em relação às novas exigências de autonomia, flexibilidade e criatividade. 207
O automóvel, o trem, a barca, o navio e [...] o avião, junto com as estradas asfaltadas, os hotéis, os portos e os aeroportos, serão os instrumentos do tempo livre dedicado à viagem. Os livros, os discos, o álcool, a bricolage serão os ingredientes do tempo livre individual e de salão. O cinema, a dança e o teatro serão os instrumentos do tempo livre de sala, mas coletivo. 211
Agora que o teletrabalho pós-industrial está novamente espalhando os operadores como na época rural mas os mantém coligados através das redes de informática, agora também o tempo livre é consumido sobretudo por meio das diversões ubíquas, difundidas até no âmbito doméstico e móvel por meio do rádio, da televisão e da Internet, com a possibilidade de interação à distância dos usuários, com utilização simultânea de vários meios de comunicação. 211-212
Telepolis, lu nuova cittá telemática 214
Telepolismo, [...] forma futura do capitalismo [...] utilizará a casa como local ideal para a extração das novas matérias primas: a audiência e o consumo. 214
A telépolis pós-industrial tem a tendência de transformar em mercadorias a sua esfera privada [...] o papel das casas se torna cada vez mais ativo. 216
Repousando, produz valor sem perceber [...] não [...] para si, mas para os [...] "porteiros" da informação (proprietários de network e âncoras) que tiram poder e dinheiro do índice de audiência. 217
Essa nova sociedade, baseada no saber, tem uma cultura própria e distinta – geralmente dita pós-moderna – e seus próprios valores emergentes, diferentes ou, sob certos aspectos, opostos aos valores que foram cultivados na sociedade industrial. 221
Quem vence tem o direito de programar o futuro, seu e dos outros [...] hoje são os ricos que fazem guerra aos pobres, eliminando [...] proteção social, ampliando as distâncias entre as remunerações do topo e as da base, desqualificando a formação [...] priva dos benefícios da concorrência exatamente o sistema econômico que se baseia na concorrência. 222
A importância de uma nação está [...] ligada à sua pesquisa científica e à sua capacidade de idealizar produtos, processos, estéticas e mercados novos. 222
Na nova sociedade interagem três níveis: o virtual [...] o tangível [...] o financeiro. 223
As tecnologias disponíveis realizam [...] o antigo sonho de ubiquidade, pois a matéria prima do trabalho intelectualizado - a informação – é suscetível, por sua natureza, da máxima descentralização em tempo real. 224-225
Toma-se consciência das oportunidades cada vez mais revolucionárias oferecidas pelo progresso tecnológico, capaz [...] de tornar ubíquas as informações e de anular os vínculos espaço-temporais. 226
A linha de montagem e a pirâmide perdem força em comparação com outras metáforas organizacionais como a rede, a célula, o cérebro, a colmeia. 226
O antigo contraste entre as duas culturais se atenua dia a dia, pelo simples fato de que a cultura técnico-científica destruiu a humanística [...] as ideias simples substituem as complexas [...] considera-se patológica toda descontinuidade. 238
Conquista da ubiquidade 259
A quantidade e qualidade das ideias e bens produzidos são casa vez menos ligadas a um lugar e a um tempo [...] as novas tecnologias [...] permitem [...] anular as distâncias e transformar o trabalho em teletrabalho, realizando [...] o sonho antigo da ubiquidade [...] a matéria prima do trabalho intelectualizado – a informação – é suscetível, por sua natureza, à máxima transferência em tempo real. 259
Toma-se consciência das oportunidades cada vez mais revolucionárias oferecidas pelo progresso tecnológico, capaz [...] de tornar ubíquas as informações e de eliminar os vínculos entre espaço e tempo. 259
[...] da sua casa ele pode navegar por todo o planeta. 271
O teletrabalho libera os empregados dos custos dos deslocamentos físicos e deixa à empresa os custos dos deslocamentos de informações. 272
Muitas das atuais disfunções da família, da sociedade e dos indivíduos decorram [...] da forçada separação entre trabalho e vida, imposta pelo modo de produção industrial. 276
O trabalho transformou-se em imaterial e ubíquo, as tecnologias [...] eletrônicas, as matérias-primas [...] informações. 277
A solução pode vir somente de um novo modelo de vida [...] a falta de trabalho em libertação do trabalho. 279
Homem que trabalha perde tempo precioso. 283 (ditado espanhol)
A prosperidade pode ser obtida [...] com pouco trabalho. 289
A quantidade e a qualidade do trabalho, a abstração, a virtualidade, a flexibilidade e a criatividade que o caracterizam cada vez mais, a possibilidade de desestruturá-lo no tempo e no espaço, a progressiva confusão com o estudo e com o tempo livre desviam a atenção para o ócio e lhe conferem um valor novo. Na sociedade pós-industrial é impossível reduzir e melhorar o trabalho sem aumentar e melhorar o tempo livre. 297
Nos infelizes hiperativos e nos hipócritas [...] nada cria uma aversão tão vingativa como a simples visão dos ociosos, da sua sábia vitalidade, da sua instintiva disposição para a existência feliz. 306
Sem uma classe ociosa, a humanidade nunca teria saído da barbárie. (Russel) 306
Modo de viver e de pensar dos "digitais": a satisfação pela conquistada ubiquidade, graças ao poder dos meios planetários de comunicação. 317
Máquinas para gerir o tempo [...] economizar tempo [...] estocar e transferir [...] enriquecer o tempo e compensar os tempos mortos. 320
Quanto mais a organização tem necessidade de criatividade para corresponder prontamente aos valores emergentes do sistema social, mais deve dispor de pessoas motivadas. 325
Não existe punição mais terrível do que um trabalho inútil e sem esperança. 331
Devo estudar a política e a guerra, de modo que os meus filhos tenham a possibilidade de estudar matemática, filosofia, navegação, comércio e agricultura, para poder assegurar aos seus filhos a possibilidade de estudar pintura, poesia, música, e [...] a cerâmica. John Adams. 333
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